terça-feira, 18 de novembro de 2008

Clavis profetarum - Padre António Vieira

Na altura em que o padre António Vieira escreveu a sua obra “clavis profetarum” ou “chave dos profetas”, havia um grande interesse pelo estudo do futuro. Em determinado momento, ele deu o título de História do Futuro à parte desta obra. Esse é um tema bem discutido entre os especialistas, o da relação entre o livro História do Futuro e a obra Chave dos Profetas.
Chave dos Profetas foi redigida em latim
Cabe lembrar que História do Futuro e outros manuscritos de Vieira foram redigidos em português. Chave dos Profetas, no entanto, foi redigida em latim, língua que o religioso dominava profundamente.O latim era muito conhecido e até falado nas universidades da Europa e da América. Ele procurava desvendar um pouco dos mistérios do futuro. Uma época de paz é um grande sonho da humanidade. Esse sonho permeia todos os séculos. Talvez por esses motivos ele tenha considerado o trabalho sobre profecias o de maior importância. O que acontece é que a obra profética ficou por acabar. Ele trabalhou até o último ano de vida nela. Com certa modéstia, ele disse que as profecias seriam um palácio altíssimo, e os sermões seriam choupanas.
A nova edição de História do Futuro é a primeira brasileira
Essa nova edição de História do Futuro foi projectada pelo Laboratório de Estudos do Futuro da Universidade de Brasília. Podemos lembrar que esse livro tem duas grandes partes. Vieira deu à primeira o título de Livro Anteprimeiro. A segunda parte foi chamada de Livros Primeiro e Segundo. Um trabalho mais extenso é o que está sendo promovido pela publicação da Clavis Profetarum. Essa obra é mais extensa porque reúne manuscritos de diversas épocas que estão em Portugal e na Itália. Esse trabalho vai levar mais tempo e está sendo tratado nestes dois países. É importante ressaltar que não havia no Brasil uma edição destas duas partes do livro. Em Portugal, houve algumas edições separadas ou reunidas.
A vida do padre Vieira apresenta muitas turbulências. Ele gozou, durante um período, da admiração do rei dom João IV. Vieira foi um apoiador da independência de Portugal da Espanha. Ele veio para Brasil aos seis, sete anos, e sua primeira viagem para Portugal foi em 1641, pouco depois de ser proclamada a sua independência da Espanha, como um dos três enviados do governador do Brasil. A sua missão era dizer que o Brasil era a favor da independência. Foi quando se tornou grande amigo de dom João IV. Vieira chegou a ser conselheiro do rei e pregou grandes sermões em Lisboa. Esse foi o período próspero. Depois da morte de dom João IV, ele perdeu essa posição.